Leonor Freitas, Casa Ermelinda de Freitas: ‘Não posso dizer que as minhas rosas estiveram sempre bonitas’

Leonor Freitas, Casa Ermelinda de Freitas: ‘Não posso dizer que as minhas rosas estiveram sempre bonitas’ 1548 1238 Rede Mulher Líder

Ao assumir o comando, há mais de vinte anos, de uma atividade na altura improvável, a empresária da Casa Ermelinda de Freitas afirma que o fez por amor.

Numa entrevista à revista Grande Consumo, Leonor Freitas, que representa a 4.ª geração de mulheres na gestão da marca centenária de vinhos da região de Palmela, partilha a sua história de sucesso, os desafios e dificuldades que enfrentou, e o seu caminho de crescimento, agora também com os olhos postos entre o Douro e Minho.

‘Independentemente do percurso feito, sempre tive a humildade de, quando a rosa está muito bonita, pensar que pode deixar de o estar’, afirma. ‘Precisa de amor, de cuidado, de luta…e precisa também de respeito pelo outro e, sobretudo, por quem comigo trabalha’.

‘Nestes anos todos, nunca me arrependi da decisão tomada. Foi uma luta tão grande, mas, ao mesmo tempo, um prazer imenso de concretizar, de realizar, de criar postos de trabalho, de dar continuidade ao amor à terra que a família me tinha passado’, relata.

‘Passei de 60 para 550 hectares, de duas para 32 castas, de uma adega tradicional para uma adega moderna, do vinho a granel para o vinho engarrafado, de não ter sequer garrafas de vinho engarrafado para exportar para 33 países.’

Não foi fácil para a ‘menina da cidade’, como era vista por muitos, impor-se num setor marcadamente masculino. ‘Tive que ter muito cuidado para ser aceite e respeitada, desde a maneira como me vestia ao modo como me comportava. Sabia que não tinha margem para falhar’, recorda a empresária, que já envolveu a filha Joana Freitas na gestão do negócio.

Questionada sobre os ingredientes do sucesso, elege a persistência, humildade, respeito pelo consumidor, e Investimento em inovação e modernização, como fatores críticos.

Leonor Freitas considera que é preciso estar ao nível do que de melhor se faz lá fora, mas defende que o produto nacional ‘não fica atrás nem em qualidade, nem em imagem, em nada, a não ser na valorização’ relativamente aos seus concorrentes internacionais.

‘O nosso vinho está no bom caminho, mas tem de lhe ser dado o valor que merece’, remata a empresária que conta já com mais de mil prémios no seu portfólio.



Aceda aqui à entrevista publicada na revista Grande Consumo, edição 68, março/abril 2021, numa parceria com a Rede Mulher Líder.